Os Estranhos Origens: Man in the Mask
As ruas vazias a noite clamam por sangue e mortes, é o que pensa nosso caro personagem quieto e tímido que fica aos becos da rua esperando a solidão envolta de insegurança que corre ao redor de qualquer alma desavisada andando pelas ruas com pouca iluminação, mal sabem elas que foi ele mesmo quem danificou os postes para ficar do jeito favorito. Chegando ao badalar da meia noite com sua pontualidade inglesa, chega ele com seu terno perfeitamente amarrotado com manchas de sangue que teimam em ficar mesmo após uma lavagem pesada na máquina durante varios minutos furiosos, mas totalmente inúteis. Conhecendo a região como a palma de sua mão, ele fica no segundo beco da rua, no caminho de volta de uma das festas mais frequentadas da região, onde passa apenas os visitantes de primeira viagem que utilizam para chegar do ponto de ônibus mais próximo e com mais opções de regresso, mesmo sem saber que é um caminho sem volta. Toda a noite é uma criança sem medo ou temor, de onde é possível ouvir a música que toca na festa, algumas até são de seu conhecimento, outras ele ouviu seus vizinhos tocarem e mesmo sozinho cantando alguns refrães, ele mantém tem seus ouvidos atentos por qualquer movimentação na rua. Com algumas horas de solidão e aumentando seu repertório a cada música tocada, ele ouve passos devagar e solitários em sua direção na rua mal iluminada, então ele coloca sua máscara de espantalho que usou a primeira vez em seu primeiro halloween, mas que hoje é seu assessório favorito, levantando, pega seu machado e o arrasta pelo asfalto anunciando sua chegada, dando início à brincadeira que ele sabe que vai ganhar.
Após saciar sua sede de sangue e manchar novamente seu machado, ele mantém seu ritual de roubar um assessório de cada vítima, dessa vez ele rouba o elástico que prendia o rabo de cavalo do corpo gelado. Voltando ao seu local de início, ele troca a roupa manchada de sangue, coloca em um saco e em seguida numa bolsa, uma roupa limpa, esconde seu machado próximo dali em um cemitério dentro de uma gaveta alugada em nome de uma primo que não existe e vai para três quarteirões do local do crime pegar seu ônibus fazendo o trajeto tradicional de 2 horas para casa e tendo a sorte de pegar o último ônibus da linha. Chegando em casa exausto e satisfeito, ele joga sua bolsa no meio da sala e caminha vagarosamente para sua cama, colocando sua mão no rosto e rindo de seu feito. Cobrindo sua boca logo em seguida para não acordar seus vizinhos, ele olha para o teto do seu quarto escuro e lembra do assessório que está dentro do saco com as roupas, o que faz lembrar de sua primeira vítima.
Não sei seu nome, mas podemos chamar de ele, esse assassino instintivo é um contador de empresa fabricante de papel, provavelmente o trabalho mais tedioso do universo, seu trabalho sempre foi exato e cansativo totalmente movido a café e pedidos de custos mal preenchidos, onde a falta de comprometimento é o padrão para os funcionários. Para dar graça a sua vida, o pobre contador assistia filmes de terror, chegando ao ponto de rir dos maiores clichês do terror e mesmo um filme de terror ruim para ele, se tornava o melhor filme de comédia da temporada. Certo dia, ele que já havia alugado dois filme de terror para ver no final de semana, uma garota do setor de marketing o chama para uma festa, sim a festa mais frequentada da região, como não sabia dizer não, aceitou o convite.
Totalmente fora da zona de conforto, ele colocou roupas sociais para ir numa festa onde todos estão de roupas causais de final de semana e ficou se mexendo de forma desengonçada no meio da pista de dança. A garota que o convidou ficou com vergonha de se aproximar de tal figura abstrata no meio do salão, cena que nem o artista mais psicodélico teria sonhado em suas noites mais criativas. No meio da multidão, ele avistou a garota e acena para ela, não sabendo onde colocar a cara, ela tenta se esconder no meio de conhecidos e após trocar poucas palavras com essas pessoas, se forma uma roda em voltada do contador que só tenta proteger seu rosto para preservar um futuro velório. Após apanhar demais e estar a cuspir sangue, o rapaz se vê numa rua principal larga e bem iluminada onde fica o ponto de ônibus que desceu para ir a festa, onde tinha alguns becos sem saída e andando por lá vários pensamentos vieram a mente, mas nada impulsivo, pois sabia que teria muita oportunidade, por se tratar da festa mais frequentada da cidade. Ele se deita no segundo beco da rua, olhando para o céu com seu corpo todo dolorido e solta um sorriso largo todo coberto de sangue, fazendo todo um plano elaborado em sua cabeça, assim nasceu o Man in the Mask.

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