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Um mero desocupado com referências vazias

 

Um mero desocupado com referências vazias.
Escritor: Max Manchine

Num castelo distante numa terra medieval com época e ano não tendo necessidade de ser informado, vivia um mero bobo da corte, uma palhaço inveterado que passava suas tardes em casa pensando em histórias avulsas para contar aos conhecidos da pequena vila que fazia parte, porque para a realeza onde trabalhava as únicas histórias boas para serem contadas eram as cômicas. Não sei se está meio obvio, mas esse contador de histórias é esse mero narrador que viveu boa parte de sua vida só, mas agora possui um norte otimista e amoroso, somente otimista por que tem de equilibrar certo pessimismo.

Bem, depois de ser fofo sem necessidade, devo começar pelo dia que ela me deu um oi, na verdade não foi só um oi, foi um oi que me fez conhecer seu senso de humor, esse foi o problema, por que fez a sintonia bater, essa foi à questão, quando bate a sintonia já era meu caro bro. Estava passeando atoa pelo castelo de forma tão aleatória perto da cozinha a vi, seu vestido lindo e olhar apaixonante, ela me sorriu e me deu um oi, respondi como o pobre educado que sou pouco depois já iniciei minha graças para disfarçar minha insegurança, dizendo:
- Tudo bom?
- Tudo sim e você?
- Com sono – Respondo de forma idiota, continuo – Aliás, prazer sou o Maxwell.
Ela ri de forma tímida, continuando a conversa logo depois:
- Me chamo Olivia – diz ela focando aqueles olhos apaixonantes para mim, fazendo uma pergunta em seguida – Por que não dorme?
- Por que você não me fará companhia – Digo fazendo sinal de brincadeira com as mãos.
- Bem, meu noivo não ia gostar disso – Fala ela com um tom preocupado.

- É nesse momento que devo me retirar? – lanço piada fazendo um gesto como se fosse saindo do cômodo.
- Não precisa, você não sabia, pode ficar tranquilo, esse flerte fica como segredo nosso – Diz ela piscando para mim.
Me derrubando por completo com a piscada, por dentro, mantive a postura e prossegui na conversa firme como o menino forte que sou:

- Mas veio conhecer o castelo? É parente da realeza?
- Em questão de tempo serei, sou noiva do terceiro filho do rei, o príncipe Robert.

Nesse momento me consumi por dentro, logo o príncipe mais chato e com longas idas ao banheiro, como isso foi acontecer? Te odeio acaso, me mostrar uma garota linda fora do meu alcance. Mas prossegui na conversa por mais um pouco sem ser muito invasivo e simpático, um clássico do Max, como é conhecido pela região. Pensando bem, sendo o bom otimista que sou ela não disse que não gostaria de deitar comigo, será que devo me segurar nessa ponta de esperança? Não que um bobo da corte seja melhor que um príncipe, mas tenho minhas qualidades, só saberei com o tempo, preciso beber água, me alimentar e respirar, o restante não tem tanta necessidade. Digo tchau para ela, vou para o trabalho, faço minhas graças, agrado o rei e saiu para o meu recanto na vila, uma casinha humilde próximo do bar da região, o que é irônico, pois não bebo não fumo e não tráfico, o que me faz lembrar de uma dinâmica das minha épocas de adolescente, estava pela manhã com uma amigo na rua onde moramos que havia ido ao bar no dia anterior, ele só o pó barro que Odin nós fez, me diz com um desanimo e certeza que só havia ouvido nessa sentença:
- Você deveria ter ido no bar ontem conosco, ia curtir bastante.

Segurei o riso e respondi o mesmo que disse a vocês, então ele levanta e chateado me questionando:
- Então quer dizer que eu tráfico?
- Não, mas você fuma e bebe dois de três – falo rindo.

- Verdade não é – fala ele voltando a sentar – Cara minha cabeça está me matando, acaba com o meu sofrimento.

- Não sou assassino, mas me pergunte mais tarde.

Se você não riu com esse papo, pode rever seus conceitos de comédia, porque o rei adorou. Meio desnecessário lembrar essa história, eu sei, mas igual esse conto, na verdade nem sei por que você está lendo isso, vai buscar um hobby melhor, meu caro leitor. Após esse esporo gratuito, vamos novamente ao que interessa.

Estava eu em minha casa com meu caderno anotando minhas anedotas, até que cansei e fui ler um livro, até que no meio do livro pulei três páginas sem perceber por estar pensando naqueles olhos e bocas que jamais poderia ter em minha posse, mas que era o meu desejo de consumo, depois disso até preferi pegar no sono, torcendo para que nos meus sonhos você não fosse me perturbar, por sorte, não foi dessa vez que me lembrei do sonho que tive.

No dia seguinte, pela manhã terminei de ler o livro que havia pegado e fui à biblioteca da vila devolve-lo e já pegar outro, mas quem estava lá, parecendo que gostava de me torturar, sim, ela mesma, a dona dos meus pensamentos. Fingi que só não a vi lendo um conto de fadas de uma sereia, mas no momento que estava na sessão para devolver meu livro, ela me chama pelo nome, logo fui lá com a postura de pessoa respeitosa e agradável. Chegando perto dela mando um oi e ela responde com o mesmo oi me perguntando o que fazia pelo local, então falei do meu livro que estava lendo e questionei o livro que ela estava a ler:

- Você gosta da Ariel? Logo a princesa que abriu mão de tudo por um cara?
- Você sabe mesmo ler? – Diz ela fechando a cara.

- Sim, como um aluno da sexta serie – Falo com um tom cômico

- Então leia novamente, porque a Ariel desde o início já queria ir para a superfície, mesmo antes de conhecer o príncipe, não critique o sonho da minha princesa favorita – Diz ela de forma grave e ríspida.

- Desculpa, só queria mostrar que conhecia a história, mas também só li essa história na minha infância, por isso minha visão infantil da história.

- Percebi isso, na próxima vez que falar dela de novo, tente ler com olhos mais maduros de hoje, você parece ser legal, não me faça desgostar de você assim.

- Você gostou de mim? Desde quando?

- Desde ontem quando te conheci, a pessoa do castelo que foi mais simpático comigo, obrigado por isso, estava me sentindo meio deslocada.

- Sou assim, na verdade tento ser, tem um livro que adoro, o protagonista tem sempre um sorriso no rosto e é um ótimo amigo, se for no mínimo 10% do que ele é já estou feliz.

- Então você quer ser meu amigo?

- Se for possível, gostaria de ser – Falo olhando pro chão.

Ela pega no meu queixo levantando meu rosto e diz:

- Claro, podemos ser ótimos amigos

- Então combinado – Digo sorrindo pra ela – Mas então vou te chamar de Livy, posso?

- Por que Livy?

- Por que gosto de dar apelidos fofos pro meus amigos, porque assim que chamar eles, eles vão saber que sou eu chamando.

- Perfeito, então somos amigos, mas como devo te chamar?

- Pode chamar de Max mesmo, é comum, mas é como sou mesmo.

- Você não é comum, parece ser alguém muito incrível – Fala ela segurando minha mão.

- Gosto de dizer que sou um mero desocupado com referências vazias, mas como é uma descrição muito grande, pode chamar de Max mesmo.

Ela sorri e eu me perco um segundo em seus olhos, mas recobro a postura me despedindo dizendo que tenho de ir ao trabalho, mas agradecendo o tempo que passamos juntos. Novamente vou ao trabalho, conto a história do meu amigo na rua e o rei adora como já tinha informado, então vou para casa pensando em ir à biblioteca no dia seguindo com o pretexto de não ter pegado nenhum livro, o que não era mentira, me perdi tanto na conversa que sai sem ter pegado nenhum livro, mas com essa desculpa perfeita para ver ela novamente.

Durmo a noite toda sorrindo por pensar ser amigo dela, o que me fez ganhar meu dia, quem sabe meu ano. Uma garota incrível que me faz querer ser um cara excepcional toda vez que a vejo. Acordo pela manhã me arrumando como fosse encontrar o amor da minha vida, o que não é mentira – alerta de spoiler – colocando minha melhor roupa e exagerando no perfume, colocando meus colares, um de árvore e um de arco e flecha, saiu para a biblioteca.

Chegando lá, ela não estava na mesa, então cabisbaixo, fui para a sessão de aventura pegar meu livro favorito e para meu espanto e alegria, ela estava lá. Todo surpreso, por dentro, chego com a postura de sempre perguntando:

- O que faz nessa sessão?

- Oi! Estava procurando seu livro favorito, mas como você não disse o nome, estou toda perdida nessa sessão

- Verdade, disse tudo menos o nome do livro, mas acho que você não vai ter tempo de acompanhar a história toda, é um livro que se contarmos somente os capítulos, tem uns 1000 para acompanhar.

- Como você aguentou ler tudo?

- Determinação e vontade de vencer – Digo sorrindo igual o meu herói – Gosto de jogar à longo prazo, tem certas coisas que valem a pena.

- Pelo jeito você gosta de livros – Diz ela me olhando nos olhos.

- Sim, mas também gosto dos seus olhos – Falo sem pensar hipnotizado pelos olhos dessa linda princesa.

- Desde quando?

- Desde o oi que trocamos há 2 dias...

- Mas eu sou noiva, esqueceu isso?

Chego mais perto dela e de frente olhando em seus olhos digo:

- Mas você não disse que não gostaria de deitar comigo...

- Pois é... Não gosto de mentiras...

- Mas omissão é uma mentira, sabia?

- Só sei de uma coisa – Diz ela retribuindo os olhares – Você está muito perto de uma garota noiva.

- Você quer que eu me afaste?

- Não...

Então me aproximo dela e quase a beijo, mas pouco antes dos lábios se tocarem, recuo e digo:

- Não posso beijar uma garota noiva, é contra meus princípios...

- Mas você quer?

- Muito.

- Não deixe os princípios acabar com o seu desejo – diz ela me olhando novamente.

Beijo ela com todas minhas forças, a jogo nas prateleiras e o resto é história crianças, foi assim que conheci a mãe de vocês. Termino minha história e elas me olham bravas, Isa começa a resmungar e diz:

Mas quem é Max? E por que a tarada da mamãe está com o nome da Livy? Por que Max? Qual foi? Não fode, cara – termina o esporo saindo da sala.

Olho para a Livy e falo:

- Sua vez

- Não tenho nada pra dizer, só acho que você quis explorar o nosso gosto por histórias medievais para encobrir suas perversões com a mamãe – soltando o verbo e saindo da sala logo depois.

Então foi assim amor, que contei a elas sobre como nos conhecemos, acredita? Azar delas, pois gostei da história e você o que achou, minha musa inspiradora?

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