Bem, depois de ser fofo sem necessidade, devo
começar pelo dia que ela me deu um oi, na verdade não foi só um oi, foi um oi
que me fez conhecer seu senso de humor, esse foi o problema, por que fez a
sintonia bater, essa foi à questão, quando bate a sintonia já era meu caro bro.
Estava passeando atoa pelo castelo de forma tão aleatória perto da cozinha a
vi, seu vestido lindo e olhar apaixonante, ela me sorriu e me deu um oi,
respondi como o pobre educado que sou pouco depois já iniciei minha graças para
disfarçar minha insegurança, dizendo:
- Tudo bom?
- Tudo sim e você?
- Com sono – Respondo de forma idiota, continuo – Aliás, prazer sou o Maxwell.
Ela ri de forma tímida, continuando a conversa logo depois:
- Me chamo Olivia – diz ela focando aqueles olhos apaixonantes para mim,
fazendo uma pergunta em seguida – Por que não dorme?
- Por que você não me fará companhia – Digo fazendo sinal de brincadeira com as
mãos.
- Bem, meu noivo não ia gostar disso – Fala ela com um tom preocupado.
- É nesse momento que devo me retirar? – lanço
piada fazendo um gesto como se fosse saindo do cômodo.
- Não precisa, você não sabia, pode ficar tranquilo, esse flerte fica como
segredo nosso – Diz ela piscando para mim.
Me derrubando por completo com a piscada, por dentro, mantive a postura e
prossegui na conversa firme como o menino forte que sou:
- Mas veio conhecer o castelo? É parente da
realeza?
- Em questão de tempo serei, sou noiva do terceiro filho do rei, o príncipe
Robert.
Nesse momento me consumi por dentro, logo o
príncipe mais chato e com longas idas ao banheiro, como isso foi acontecer? Te
odeio acaso, me mostrar uma garota linda fora do meu alcance. Mas prossegui na
conversa por mais um pouco sem ser muito invasivo e simpático, um clássico do
Max, como é conhecido pela região. Pensando bem, sendo o bom otimista que sou
ela não disse que não gostaria de deitar comigo, será que devo me segurar nessa
ponta de esperança? Não que um bobo da corte seja melhor que um príncipe, mas
tenho minhas qualidades, só saberei com o tempo, preciso beber água, me
alimentar e respirar, o restante não tem tanta necessidade. Digo tchau para ela,
vou para o trabalho, faço minhas graças, agrado o rei e saiu para o meu recanto
na vila, uma casinha humilde próximo do bar da região, o que é irônico, pois
não bebo não fumo e não tráfico, o que me faz lembrar de uma dinâmica das minha
épocas de adolescente, estava pela manhã com uma amigo na rua onde moramos que
havia ido ao bar no dia anterior, ele só o pó barro que Odin nós fez, me diz
com um desanimo e certeza que só havia ouvido nessa sentença:
- Você deveria ter ido no bar ontem conosco, ia curtir bastante.
Segurei o riso e respondi o mesmo que disse a
vocês, então ele levanta e chateado me questionando:
- Então quer dizer que eu tráfico?
- Não, mas você fuma e bebe dois de três – falo rindo.
- Verdade não é – fala ele voltando a sentar –
Cara minha cabeça está me matando, acaba com o meu sofrimento.
- Não sou assassino, mas me pergunte mais tarde.
Se você não riu com esse papo, pode rever seus
conceitos de comédia, porque o rei adorou. Meio desnecessário lembrar essa
história, eu sei, mas igual esse conto, na verdade nem sei por que você está
lendo isso, vai buscar um hobby melhor, meu caro leitor. Após esse esporo
gratuito, vamos novamente ao que interessa.
Estava eu em minha casa com meu caderno anotando
minhas anedotas, até que cansei e fui ler um livro, até que no meio do livro
pulei três páginas sem perceber por estar pensando naqueles olhos e bocas que
jamais poderia ter em minha posse, mas que era o meu desejo de consumo, depois
disso até preferi pegar no sono, torcendo para que nos meus sonhos você não
fosse me perturbar, por sorte, não foi dessa vez que me lembrei do sonho que
tive.
No dia seguinte, pela manhã terminei de ler o
livro que havia pegado e fui à biblioteca da vila devolve-lo e já pegar outro,
mas quem estava lá, parecendo que gostava de me torturar, sim, ela mesma, a
dona dos meus pensamentos. Fingi que só não a vi lendo um conto de fadas de uma
sereia, mas no momento que estava na sessão para devolver meu livro, ela me
chama pelo nome, logo fui lá com a postura de pessoa respeitosa e agradável.
Chegando perto dela mando um oi e ela responde com o mesmo oi me perguntando o
que fazia pelo local, então falei do meu livro que estava lendo e questionei o
livro que ela estava a ler:
- Você gosta da Ariel? Logo a princesa que abriu
mão de tudo por um cara?
- Você sabe mesmo ler? – Diz ela fechando a cara.
- Sim, como um aluno da sexta serie – Falo com um
tom cômico
- Então leia novamente, porque a Ariel desde o
início já queria ir para a superfície, mesmo antes de conhecer o príncipe, não
critique o sonho da minha princesa favorita – Diz ela de forma grave e ríspida.
- Desculpa, só queria mostrar que conhecia a
história, mas também só li essa história na minha infância, por isso minha
visão infantil da história.
- Percebi isso, na próxima vez que falar dela de
novo, tente ler com olhos mais maduros de hoje, você parece ser legal, não me
faça desgostar de você assim.
- Você gostou de mim? Desde quando?
- Desde ontem quando te conheci, a pessoa do
castelo que foi mais simpático comigo, obrigado por isso, estava me sentindo
meio deslocada.
- Sou assim, na verdade tento ser, tem um livro
que adoro, o protagonista tem sempre um sorriso no rosto e é um ótimo amigo, se
for no mínimo 10% do que ele é já estou feliz.
- Então você quer ser meu amigo?
- Se for possível, gostaria de ser – Falo olhando
pro chão.
Ela pega no meu queixo levantando meu rosto e
diz:
- Claro, podemos ser ótimos amigos
- Então combinado – Digo sorrindo pra ela – Mas
então vou te chamar de Livy, posso?
- Por que Livy?
- Por que gosto de dar apelidos fofos pro meus
amigos, porque assim que chamar eles, eles vão saber que sou eu chamando.
- Perfeito, então somos amigos, mas como devo te
chamar?
- Pode chamar de Max mesmo, é comum, mas é como
sou mesmo.
- Você não é comum, parece ser alguém muito
incrível – Fala ela segurando minha mão.
- Gosto de dizer que sou um mero desocupado com
referências vazias, mas como é uma descrição muito grande, pode chamar de Max
mesmo.
Ela sorri e eu me perco um segundo em seus olhos,
mas recobro a postura me despedindo dizendo que tenho de ir ao trabalho, mas
agradecendo o tempo que passamos juntos. Novamente vou ao trabalho, conto a
história do meu amigo na rua e o rei adora como já tinha informado, então vou
para casa pensando em ir à biblioteca no dia seguindo com o pretexto de não ter
pegado nenhum livro, o que não era mentira, me perdi tanto na conversa que sai
sem ter pegado nenhum livro, mas com essa desculpa perfeita para ver ela
novamente.
Durmo a noite toda sorrindo por pensar ser amigo
dela, o que me fez ganhar meu dia, quem sabe meu ano. Uma garota incrível que
me faz querer ser um cara excepcional toda vez que a vejo. Acordo pela manhã me
arrumando como fosse encontrar o amor da minha vida, o que não é mentira – alerta
de spoiler – colocando minha melhor roupa e exagerando no perfume, colocando
meus colares, um de árvore e um de arco e flecha, saiu para a biblioteca.
Chegando lá, ela não estava na mesa, então
cabisbaixo, fui para a sessão de aventura pegar meu livro favorito e para meu
espanto e alegria, ela estava lá. Todo surpreso, por dentro, chego com a
postura de sempre perguntando:
- O que faz nessa sessão?
- Oi! Estava procurando seu livro favorito, mas
como você não disse o nome, estou toda perdida nessa sessão
- Verdade, disse tudo menos o nome do livro, mas
acho que você não vai ter tempo de acompanhar a história toda, é um livro que
se contarmos somente os capítulos, tem uns 1000 para acompanhar.
- Como você aguentou ler tudo?
- Determinação e vontade de vencer – Digo
sorrindo igual o meu herói – Gosto de jogar à longo prazo, tem certas coisas
que valem a pena.
- Pelo jeito você gosta de livros – Diz ela me
olhando nos olhos.
- Sim, mas também gosto dos seus olhos – Falo sem
pensar hipnotizado pelos olhos dessa linda princesa.
- Desde quando?
- Desde o oi que trocamos há 2 dias...
- Mas eu sou noiva, esqueceu isso?
Chego mais perto dela e de frente olhando em seus
olhos digo:
- Mas você não disse que não gostaria de deitar
comigo...
- Pois é... Não gosto de mentiras...
- Mas omissão é uma mentira, sabia?
- Só sei de uma coisa – Diz ela retribuindo os
olhares – Você está muito perto de uma garota noiva.
- Você quer que eu me afaste?
- Não...
Então me aproximo dela e quase a beijo, mas pouco
antes dos lábios se tocarem, recuo e digo:
- Não posso beijar uma garota noiva, é contra
meus princípios...
- Mas você quer?
- Muito.
- Não deixe os princípios acabar com o seu desejo
– diz ela me olhando novamente.
Beijo ela com todas minhas forças, a jogo nas
prateleiras e o resto é história crianças, foi assim que conheci a mãe de
vocês. Termino minha história e elas me olham bravas, Isa começa a resmungar e
diz:
Mas quem é Max? E por que a tarada da mamãe está
com o nome da Livy? Por que Max? Qual foi? Não fode, cara – termina o esporo
saindo da sala.
Olho para a Livy e falo:
- Sua vez
- Não tenho nada pra dizer, só acho que você quis
explorar o nosso gosto por histórias medievais para encobrir suas perversões
com a mamãe – soltando o verbo e saindo da sala logo depois.
Então foi assim amor, que contei a elas sobre
como nos conhecemos, acredita? Azar delas, pois gostei da história e você o que
achou, minha musa inspiradora?
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